Engenheiro nuclear consultado pela Sputnik Brasil enumera vantagens do possível acordo entre Brasil e Argentina e defende parcerias com "todos os países que dominam a tecnologia do ciclo do combustível nuclear".O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estuda uma parceria nuclear bilionáriacom a Argentina.
Durante o governo de transição, o grupo de trabalho de ciência e tecnologia deu os primeiros passos nesse sentido. Em reunião com a chefe do departamento de política da embaixada argentina, Cecilia Los Arcos, em dezembro do ano passado, a equipe de Lula discutiu o desenvolvimento conjunto de um reator nuclear.
Segundo o portal Metrópoles, duas possibilidades foram avaliadas durante o encontro. Uma seria o investimento direto do Brasil na tecnologia desenvolvida pela Argentina. Outra seria a construção de uma sociedade entre os dois países para o desenvolvimento do novo reator nuclear. Nos dois casos, o investimento brasileiro seria de aproximadamente R$ 1 bilhão.
Em um eventual acordo para desenvolvimento mútuo, o reator poderia ser produzido pela Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC).
"Ou seja, os dois países já têm, no momento, boa experiência em projetos de reatores nucleares. Portanto a proposta do atual governo brasileiro de investir no desenvolvimento conjunto com a Argentina de um reator nuclear teria um resultado de ganho mútuo no campo da geração de eletricidade e de outras aplicações da energia nuclear", disse Senra.
Brasil deveria buscar mais parceiros no setor nuclear?
"O ciclo do combustível nuclear é o conjunto de etapas do processo industrial que transforma o mineral urânio, desde quando ele é encontrado em estado natural até sua utilização como combustível, dentro de uma usina nuclear", explica o especialista.