O seminário promovido pela Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro reuniu as principais autoridades do setor nuclear para discutir o potencial do Brasil em se tornar uma potência nuclear global. O evento, que contou com a participação dos Professores do PEN/COPPE/UFRJ, Prof. Aquilino Senra, que fez parte da última mesa do dia, e da Profª. Inayá Lima, que esteve presente como uma das convidadas ilustres da Frente Parlamentar para celebrar o evento.
O Brasil possui uma das maiores reservas de Urânio do mundo e detém a tecnologia necessária para todas as etapas do ciclo de produção de combustível nuclear, incluindo o enriquecimento. Apesar dessas vantagens, o país ainda enfrenta desafios significativos, principalmente devido à falta de investimentos estratégicos que têm limitado seu potencial no cenário nuclear global. Durante o seminário, o Deputado Júlio Lopes (PP-RJ) destacou que o Brasil, com 309 mil toneladas de Urânio conhecidas, não conseguiu vender sequer 1 kg do recurso nos últimos anos, mesmo com reservas estimadas em 64 bilhões de reais.
Outro ponto crítico discutido foi o atraso do Brasil no uso da tecnologia nuclear para fins medicinais, onde o país está atrás de vizinhos como Argentina e Chile. Entretanto, o tema que mais chamou a atenção foi a retomada da construção da usina de Angra 3, cujas obras iniciadas e paralisadas nos anos 80 são vistas como fundamentais para o fortalecimento da matriz energética nacional. O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Francisco Rondinelli Júnior, expressou confiança na retomada do projeto, apesar do alto custo envolvido.
A Engenharia Nuclear da UFRJ reforçou a importância deste debate, destacando seu compromisso em formar profissionais capacitados e desenvolver pesquisas que ajudem o Brasil a alcançar seu pleno potencial nesse setor estratégico.