O governo federal decidirá até dezembro se investirá para concluir as obras da usina nuclear Angra 3, e a análise deve ser feita considerando a necessidade de transição energética e os custos do projeto. A energia nuclear tem sido favorecida em vários países devido às suas baixas emissões de carbono. A China, França, Finlândia e Índia, por exemplo, estão expandindo a geração nuclear.
Os defensores de Angra 3 destacam que a usina pode produzir energia limpa e firme, complementar às fontes intermitentes, como solar e eólica. Além disso, a geração nuclear pode ser feita sob demanda e sem impacto ambiental. Estudo do BNDES sugere que a tarifa de energia de R$ 653 por megawatt-hora, similar à de usinas térmicas, tornaria viável a conclusão das obras.
Apesar das críticas sobre segurança, com base em acidentes passados como Tchernóbil e Fukushima, a maioria das usinas nucleares em operação no mundo tem se mostrado seguras, e o risco pode ser mitigado. A outra crítica é o alto custo. A conclusão de Angra 3 exigiria mais R$ 30 bilhões, e, se abandonada, o país perderia R$ 21 bilhões em investimentos já feitos. A obra já consome R$ 1 bilhão por ano em manutenção, e, portanto, adiá-la não é mais uma opção viável. Se o investimento for feito, a usina poderá gerar a energia prometida e recuperar os custos.
Fonte: O Globo