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30 12 PEN Alzira Madeira

"Minha passagem pelo PEN deu-se em duas etapas.

Na primeira etapa, de 1978 a 1981, quando comecei o Mestrado em Engenharia Nuclear, logo em seguida ao término do Bacharelado em Engenharia Mecânica. Terminado o Mestrado, sob orientação do Prof. Antônio Carlos de Oliveira Barroso, fui contratada pela CNEN, onde me encontro trabalhando até o presente momento. Catorze anos depois, em 1995, obtive licença parcial no trabalho da CNEN, tendo parte do tempo liberado para poder fazer o Doutorado na mesma área, visto que tínhamos passado a ter uma carreira ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia.

Nesta segunda etapa, houve a cooperação com a Universidade de Pisa, na pessoa do Prof. Francesco Saverio D’Auria. Devido ao tempo limitado para me dedicar ao Doutorado, e porque havia, como pré-requisito para desenvolvimento da tese, o extenso trabalho de elaborar uma modelagem o mais fiel possível da usina de Angra 2 (Cálculos eométricos e de ateriais, além de todos os dados operacionais de projeto) para utilização com uma ferramenta sofisticada de termo hidráulica para simulação de acidentes na usina, a tese propriamente dita começou a ser executada a partir de 1999.

A primeira etapa (Desenvolvimento da modelagem de Angra 2), inclusive, foi desenvolvida à época por uma equipe de técnicos da CNEN, a qual liderei, pois essa modelagem é importante para nossos trabalhos internos de licenciamento, para análise independente dos acidentes considerados no projeto da usina e apresentados no seu Relatório Final de Análise de Acidentes (RFAS).

Tenho grande admiração pelo trabalho desenvolvido no PEN, e tenho orgulho de ter sido formada na área de Segurança (para acidentes base e além da base de projeto, como então era a nomenclatura adotada) nesse programa, totalmente dentro da área na qual mais tenho trabalhado dentro da CNEN.

Foram anos de muito trabalho e amizade, convivi com colegas e professores de diferentes gerações, alguns dos quais, mesmo não trabalhando na mesma empresa, são amigos até hoje".

05 01 PEN Vinicius Monteiro egressos

Vinícius Monteiro, foi nosso embaixador na América do Sul para o World Nuclear Energy Day, após responder a uma chamada da organização do evento. Ele teve a missão de articular uma programação de atividades que aumentasse a conscientização sobre as contribuições positivas que os sistemas de energia nuclear fazem à sociedade. O evento foi realizado em 2021, com ações simultâneas em diferentes países.

A participação no evento foi voluntária e a organização das ações contou com a contribuição dos alunos Igor Monsueto, Gabrielly Carvalho, João Pinto, Daiana Ribeiro, Samara Mendes e Andrey Thomé, e apoio de todo o corpo docente do Departamento de Engenharia Nuclear.

“Estamos planejando fazer palestras, workshops, lançar vídeos curtos e criar publicações informando o público sobre o assunto. Temos tido reuniões mensais com embaixadores de outros países para alinharmos outras ações, lembrando sempre em consideração a situação pandêmica”, contou o aluno na época.

Segundo a coordenadora do curso, professora Andressa Nicolau, embora recente, criado em 2020, o evento foi uma ótima oportunidade de difundir informações sobre a área nuclear. “A energia nuclear ainda é um tabu e vista como algo ruim. Será importante nosso curso participar dessa iniciativa de mostrar as virtudes e os benefícios da energia nuclear”.

A data foi escolhida para reconhecer o primeiro reator nuclear de Fermi, denominado Chicago Pile-1, sendo também o primeiro a criar uma reação em cadeia autossustentável, em 2 de dezembro de 1942.

Superação Pessoal

Diagnosticado com síndrome de Asperger (transtorno de desenvolvimento que afeta a capacidade de se socializar e de se comunicar com eficiência), em 2019, Vinícius encara o evento como um grande desafio pessoal.

Estou me superando cada vez mais para poder interagir com pessoas desconhecidas e receber algum tipo de atenção. São coisas que jamais faria anos atrás. Estou encarando como uma grande superação, pensando na importância da energia nuclear na nossa sociedade e espero inspirar os outros alunos a fazer o mesmo”, disse o mesmo em tempo agradecido.

Leandro Silva“Agradeço a oportunidade de ter me graduado em bacharel em Engenharia Nuclear pelo DEN/PEN/UFRJ, ao qual eu aprendi fundamentos práticos e teóricos que uso e usarei em toda minha vida profissional. Os ensinamentos e as aulas muito bem ministradas permitiram minha aprendizagem, desenvolvimento e iniciativa. Além de possibilitar o meu ingresso no mestrado e posteriormente no doutorado, o qual eu atualmente estou cursando e espero conseguir defender uma tese que ajude a ciência no Brasil e no mundo.

Quero elogiar e parabenizar a todos os professores que compõem o departamento, pessoas com um alto nível de conhecimento, referência na área nuclear no Brasil e no Exterior, e na minha humilde opinião a excelência dos cursos de graduação, mestrado e doutorado em engenharia nuclear do DEN/PEN/UFRJ os põe em pé de igualdade com quaisquer outros cursos de engenharia nuclear que existem pelo mundo.

Concluindo assim, me sinto muito grato por fazer parte da grande família nuclear formada pelo departamento, espero um dia com o conhecimento que aprendi poder ajudar no desenvolvimento científico e econômico da nação”.

Juliana 250x304Juliana Pacheco Duarte foi a primeira aluna graduada em Engenharia Nuclear pela POLI/UFRJ. Ela se formou em 2013, três anos após a criação do primeiro curso em Engenharia Nuclear no país. Sua graduação dois anos antes da primeira turma só foi possível, pois a aluna já havia cursado quase todos os créditos em física bacharelado na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Após a sua graduação, Juliana foi bolsista da Marinha do Brasil durante o seu Mestrado na Universidade de São Paulo, concluiu o seu curso de física na UNICAMP, e foi bolsista da CAPES durante o Doutorado na Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos. Atualmente, Juliana é parte do corpo docente do Programa de Engenharia Nuclear da Virgínia Tech. Em sua tese de Doutorado, Juliana agradece a todos os professores do Departamento de Engenharia Nuclear da UFRJ, pelo conhecimento e experiências transmitidos durante a sua formação. “Com certeza as disciplinas que cursei na UFRJ foram essenciais para que eu me destacasse na pós-graduação e conquistasse a posição que tenho hoje”, disse Juliana aos atuais chefes do DNC e Coordenadora do PEN, professores Alessandro da Cruz Gonçalves é Inayá Lima, respectivamente.

No Brasil, o primeiro curso de engenharia foi criado por Dom João VI em 1810. Porém, só tivemos a primeira formatura de uma mulher em engenharia mais de um século depois.

Em Março de 1917, Edwiges Maria Becker Hom’meil foi a primeira engenheira a se formar no Brasil, na hoje chamada Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Infelizmente há pouca informação sobre Edwiges disponível. A primeira mulher negra a se formar em engenharia no Brasil foi Enedina Alves Marques, em 1945 na Universidade Federal do Paraná. Durante todo o seu período de estudo, Enedina se sustentou trabalhando como empregada doméstica e babá. Ficou conhecida na época por andar com uma arma de fogo nas obras e atirava pra cima quando sentia que precisava ser mais respeitada.

O número de mulheres na engenharia vem crescendo ano após ano, e em 2016 elas já eram maioria em seis cursos: Engenharia de Alimentos (62,9%), Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia (59,4%) e Engenharia Têxtil (53,6%), Engenharia Química (50,8%), Engenharia de Recursos Hídricos e do Meio Ambiente (50,4%) e Engenharia Ambiental e Sanitária (50,2%), segundo dados do CONFEA.

Mas essa tendência ainda não está tão consolidada no mercado de trabalho. Em 2015 as mulheres respondiam por cerca de 30% dos estudantes nos cursos de Engenharia Civil no Brasil, e por aproximadamente 26% dos profissionais no mercado, ou seja, ainda hoje, como Enedina, as mulheres enfrentam dificuldade de serem respeitadas na profissão.

Fonte: Instagram | Formas e Efeitos | Nace 

Alice SilvaAlice Cunha da Silva foi aluna de graduação da segunda turma de Engenharia Nuclear pela POLI/UFRJ. Durante a graduação Alice foi cofundadora e copresidente da seção estudantil da Engenharia Nuclear e ganhadora da Olimpíada Mundial Nuclear em 2015, na Agência Internacional de Energia Atômica. Após a sua graduação, Alice foi contratada pela multinacional Westinghouse e cursou MBA na UFRJ e Mestrado pela Universidade de Bordeaux. Atualmente, Alice é responsável pela entidade da Westinghouse no Brasil, gerenciando o escritório da empresa além de trabalhar na área comercial envolvendo a América Latina. Além disso, Alice é criadora dos Embaixadores Nucleares, faz parte do comitê executivo da Women In Nuclear Brasil e LAS-ANS, é International Organizations Chair da IYNC e atua junto ao Nuclear Delivery Team focado na Conferencia do Clima (COP).

Alice agradece o conhecimento e experiência transmitidos por todos os professores do Departamento de Engenharia Nuclear da UFRJ e seus colegas. “Meu período na UFRJ foi de transformação. Não só adquiri o conhecimento técnico importante para o exercício da minha profissão, como também desenvolvi habilidades e conexões profissionais que permeiam minha trajetória até hoje”, disse Alice à nova coordenadora do PEN/COPPE e vice-chefe do DNC/POLI, Prof.ª Inayá Lima.

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